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Sistema DVB-H

Desafios e Requisitos

A boa performance do DVB-T, aliado à utilização de diversidade no receptor para garantir melhor qualidade de serviço levava a crer que o problema de recepção móvel de televisão digital estava resolvido. De facto, o DVB-T é utilizado em automóveis e transportes públicos, tais como os autocarros e comboios.

No entanto, apesar dos requisitos de mobilidade serem atingidos, não são tidas em conta as especificações de terminais portáteis e transportáveis manualmente. Não só existe uma limitação na potência disponível, como também a dimensão dos ecrãs é menor e é esperada uma maior mobilidade por parte dos utilizadores.

Assim, é necessário ter em conta que o canal de transmissão apresenta uma degradação das suas características, pois espera-se a utilização do serviço em variados ambientes: desde indoor ao outdoor, desde velocidade pedestre a alta velocidade num veículo. Isto significa que problemas de multiplicidade de caminho e introdução de ruído e interferência de origem humana no canal agravam-se, pelo que se deve incluir uma codificação de canal mais capaz na correcção de erros.

Associado à mobilidade está um aumento na frequência de handovers realizados pelo receptor móvel. Logo, o sistema deve ser capaz de realizar os handovers de uma forma transparente, isto é, não deve ser perceptível ao utilizador.

Uma vez que o DVB-H está incluído na família de normas DVB e tem por base o DVB-T, é conveniente, por motivos económicos e de implementação do sistema, que exista um elevado nível de compatibilidade com as normas já definidas. Por fim, procurou-se enriquecer o serviço de broadcast prestado adicionando funcionalidades de um serviço interactivo, ou seja point-to-point.

Novidades Introduzidas

Para fazer face aos desafios apresentados, o projecto DVB definiu novas funcionalidades a serem incluídas à norma DVB-T [10]. Estas funcionalidades, que podem ser obrigatórias ou opcionais, são afectas a diferentes camadas da pilha de protocolos. Para a camada de ligação introduziu-se:

Time Slicing (Fatiamento temporal) [6], para diminuir o consumo de potência e superar as dificuldades no handover;

MPE-FEC [2], para mitigar a degradação das características do canal rádio.

Para a camada física introduziu-se [2]:

• Modo 4k, para aumentar a flexibilidade do planeamento da rede;

• Extensão do TPS (Transmission Parameter Signaling), para assegurar a performance de multiplexagem e ter em conta o aumento de informação transportada no fluxo de dados.

• Aprofundamento do Interleaver, para aumentar a robustez do sinal recebido.

• Canal de 5 MHz de largura, para utilização fora das bandas de funcionamento convencionais para fácil expansão e implementação do serviço.

No entanto, foram acrescentadas funcionalidades às camadas superiores da pilha de protocolos. Uma delas é a utilização da norma H.264/AVC devido não só à menor taxa de transmissão disponível, com também as reduzidas dimensões dos ecrãs dos terminais, sendo que esta norma oferece maior eficiência de codificação. A outra consiste no IPDC para interligar o serviço de broadcast com outras redes já existentes.

Arquitectura do sistema

Nas figuras abaixo apresentadas ilustra-se a pilha de protocolos que descreve o sistema e a interacção entre as normas definidas para o DVB-T e as introduzidas pelo DVB-H.

Fig. 1 – Descrição da iteração DVB-T/DVB-H.

Fig. 2 – Pilha de protocolos associada ao DVB-H.